Take This Longing
Leonard Cohen está de regresso com um novo álbum, para grande felicidade de todos os seus ouvintes, nos quais me incluo. Para muitos, Dear Heather (nome do álbum) não deveria ter sido lançado, já que nada traz de novo à vastíssima obra de Cohen. Não poderia estar mais em desacordo com essas vozes saudosas, que ansiavam por algo diferente ou superior a obras como The Future, Songs of Love and Hate, I’m Your Man ou New Skin For The Old Ceremony.
Afinal de contas, Leonard Cohen é dos autores mais repetitivos de que há memória (assemelhando-se nesse aspecto a Woody Allen). Se me fosse permitido caracterizar toda a sua obra numa simples frase, diria que todos os seus trabalhos pertencem todos ao mesmo álbum. Quem muda são os nomes dos temas, das personagens. O sentimento e a poética, essas permanecem inalteráveis.
Se por algum motivo, os ouvintes de Cohen não conseguem gostar de Dear Heather, a culpa não será, obviamente, de Cohen, mas sim do esquecimento dos próprios ouvintes. Passo a explicar: Quem não consegue dar o devido valor a um álbum que consegue superiorizar-se a muitos dos outros álbuns anteriores, esqueceu-se de que gosta de ouvir Cohen.
[Paulo Ferreira]
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