A Direita
Como se sabe, a Esquerda tem ganho terreno nos últimos anos em Portugal. Porém, esse crescimento esquerdista não se deve inteiramente ao seu próprio mérito. Grande parte da responsabilidade por esse crescimento deve-se à Direita. De facto, a Direita em Portugal tem demonstrado uma grande incapacidade para lidar com os grandes problemas do país. Essa incapacidade deve-se , de certo modo, a uma ignorância arrogante que faz com que os “membros” dessa mesma Direita percam toda a lucidez necessária ao pensamento.
A Direita em Portugal, em vez de primar pelo individualismo e pelo pensamento reformador, prima pelo colectivismo (à boa maneira de Marx) e, como não poderia deixar de ser, pelo populismo. Quando se fala dos problemas concretos que este país enfrenta, a Direita, em vez de encontrar boas respostas para esses problemas, esconde-se com subterfúgios. Um exemplo bem visível de tudo isto é o CDS, um partido político que, devido à sua relativa projecção nacional, deveria afastar-se da radicalização que parece minar as mentes portuguesas. Outros exemplos de radicalização ignorante (se é que existe radicalização que não seja ignorante) são o PPM e o PNR. Estes dois partidos, mais o segundo que o primeiro, primam, nos nossos dias, pela extrema ignorância (o PNR, por exemplo, parece só saber argumentar através de conceitos racistas). Dir-se-ia, até, que são dois partidos radicais e assaz extremistas (por serem extremistas é que encontram tantas semelhanças, embora pareça ridículo, com os partidos de extrema-esquerda).
Não se pode deixar de referir que há muito boa gente neste país que , embora se sinta de Direita, não partilha estas premissas radicais com os revolucionários, ditos, de Direita. Porém, essa gente, mais não pode fazer do que olhar para este país com grande angústia e, claro, cepticismo.
[Paulo Ferreira]
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