domingo, agosto 08, 2004

Napoleão, Wellington e o Embelezamento da História

Em todas as estórias que se contam, existe sempre a tendência de incutir um certo cariz de embelezamento literário. E, de forma ocasional, estas estórias, quando escritas, podem tornar-se a própria história.
Deste modo, corre-se um risco. O risco, de aparecer alguém que, após um estudo real sobre os acontecimentos, venha dizer que afinal a coisa não foi exactamente assim.
Em Napoleon, de Paul Johnson, existe, por parte do autor, uma tentativa de desmistificação da história de um dos maiores lideres que o mundo já conheceu: Napoleão; do qual o João, neste espaço, fez o favor de transcrever um pequeno excerto.
Obviamente que toda a história tem os seus embelezamentos e que, tendo em conta que se fala de um Imperador a história tende a ser contada de uma forma mais requintada, tal como acontece com qualquer Rei, Príncipe, Duque (leia-se Wellington) e outros tantos.
Resta saber em que pileca Wellington cavalgou durante as 5 ou 6 batalhas que realizou (todas ganhas é certo), ao invés das cerca de 60 batalhas realizadas por Napoleão, das quais chegou a ganhar cerca de 50.
Quando, na análise histórica, temos que ser lúcidos e compreender que aquilo que nos contam poderá não ter sido exactamente como nos querem vender, mas, temos também que ser capazes de compreender que o facto de a acção ou acto poder ter sido algo embelezada literariamente, não retira a grandiosidade da mesma.
O como aconteceu poderá sempre ser discutível, mas o que aconteceu, normalmente é bastante factual e portanto indubitável.
[Tiago Baltazar]