domingo, dezembro 19, 2004

Spleen de Lisboa

Suave é o fumo do cigarro que entontece. Tenho passado estes dias na ocupação de os desfazer aos bocados. Tudo passa devagar como este fim de tarde em que o sol está quente e pachorrento e a minha alma anda por aí livre ao acaso. De resto não faço nada que valha a pena recordar. Quando muito escrevo uma carta que não mando, leio parágrafos vários de livros que folheio, escrevo coisas como esta em que não digo nada. Com sorte talvez beije uma rapariga, se for preciso ou a isso me obrigar. À parte isso não faço nada, sou como este fumo azulado que se dissipa sem vento.”

Pedro Paixão, histórias verdadeiras

[Paulo ferreira]