Os viriatos de Freitas
O Bruno «bate» nos «argumentos» romanceados que Freitas do Amaral expôs, impudicamente, na Visão. Diogo Freitas do Amaral , aparentemente, vê, numa maioria absoluta do PS, um caminho para a «reforma» do país. Situação que só me parece insinuar uma «reforma» populista dos mecanismos económicos que têm sido (umas vezes com sucesso, outras sem) implantados pela coligação de governo PSD/PP. Ou seja, voltar aos tempos de «orçamento saco sem fundo» do PS de Guterres.
Quem ainda fica surpreendido cada vez que o dr. Freitas do Amaral se move, um pouco mais, transversalmente para a esquerda, é uma pessoa muito optimista.
Cada vez que o senhor (que se podia dedicar exclusivamente à carreira judicial, por sinal razoavelmente elogiada, e à confirmação como dramaturgo) sai da sua pose para fazer declarações, normalmente o discruso sai «torto». Torto, pois é uma constante desavença com a «direita» (expiação pessoal?) e, em especial, uma constante, e progressiva, minimização do CDS que liderou.
Uma das suas frases do artigo da Visão tem especial relevância para mostrar a sustentação da sua «Tese Por Uma Maioria Absoluta Ao Partido Socialista E Não A Um Qualquer Partido De Direita Seja Ele Qual For»: ambos os partidos o prometem (já é um avanço) mas o programa do PS é mais generoso, ao passo que o do PSD é mais tecnocrático. O vazio da frase diz muito da mecânica da mente (apesar de tudo, à partida muito competente) do dr. Freitas do Amaral.
Que o senhor veio para ficar na «esquerda» desde que saiu da liderança do CDS já todos sabemos, mas juntar a «falta de poder político» à presente campanha pelo PS ao lado de António Guterres, em nome de um programa quase messiânico, demonstra não só a inexistência de argumentos fortes da sua parte (nunca se vira Freitas defendendo o PS), mas a falta de escrúpulos que Freitas do Amaral tem na escolha de «veículos políticos» para sair a público. Tinha saudades de receber elogios de políticos. Pois que o PS o elogie, que já merece.
[João Silva]
<< Home