sexta-feira, abril 08, 2005

Elogios

Compreendo que algumas pessoas sintam necessidade de elogiar João Paulo II. Compreendo até que as pessoas exagerem sempre um pouco nesses elogios. Afinal de contas, até o mais odioso dos homens, quando morre, torna-se santo. Tratando-se da morte de um Papa, é natural que os elogios sejam mais que muitos. Contudo, quando esses elogios enchem-se de contornos políticos, a condescendência, que está sempre ligada a essa compreensão, esvai-se em fumo. Por exemplo, ontem, Jorge Sampaio, elogiando os feitos de João Paulo II, afirmou, entre outras coisas, que o falecido Papa tinha sido um crítico acérrimo da Guerra do Iraque. Ora, este tipo de afirmações, não sendo falsas, são, no mínimo, demagógicas e deprimentes. Afinal de contas, qual seria o Papa que não se oporia a uma guerra?

[Paulo Ferreira]