Quotidiano
Cruzamo-nos diariamente, como desconhecidos que somos. Cruzamo-nos, presos a gestos e movimentos, típicos de quem se sente observado. Somos vizinhos. Vivemos em andares e mundos próximos, mas separados. O nosso afastamento parece obra da eternidade. Mas, quando te observo do alto da minha varanda e te aceno com um sorriso silencioso, os minutos, os meses e os anos parecem juntar-se num momento de ilusão.
[Paulo Ferreira]
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