«Ripa na rapaqueca»
Na noite de sexta-feira, morreu, com 56 anos, Jorge Perestrelo, um comunicador nato. Com a morte de Perestrelo, quem precisava de um certo alento para ouvir relatos de futebol na rádio, deixará definitivamente de os ouvir. Apesar do seu estilo truculento, Perestrelo sabia como divertir as pessoas. Com ele, um jogo mau tornava-se bom (só mesmo um comentador como Jorge Perestrelo poderia fazer com que alguém assistisse a uma transmissão de um Tirsense-Benfica). Assim, a morte de Perestrelo representa, de certa forma, um pequeno desaparecimento da magia do futebol, já que a magia do futebol não reside, propriamente, no jogo em si, mas nas músicas de intervalo, nos comentadores (vem-me à memória Gabriel Alves), no público, nos tiques e manias dos jogadores, entre outras coisas. Em suma, o futebol torna-se mágico se o ambiente em seu redor for propício a isso. E, com a morte de Jorge Perestrelo, o ambiente será cada vez menos propício a isso.
[Paulo Ferreira]
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