Sentimentais
Sorris e exultas prostrada na modernidade, garantem-me. De facto, encurtaste de forma trocista o espaço de cada degrau que leva à tua casa, como se eu tivesse pés tão rudes e pouco desenvolvidos que esperavas não subissem.
É verdade que o meu primeiro nome deixou de ter a dignidade mínima requerida pelo cálculo meticuloso da tua geometria de sentimentos, brilhante e orgulhosamente desenhada ao longo de noites sem leitura.
Na tua última carta a alguém, não me lembro quem, vinha escrito: «Para quê ter amor quando podemos ter certezas?».
[João Silva]
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