sexta-feira, dezembro 02, 2005

O amor (prelúdio à Primavera)

O amor é um de muitos fenómenos celestes que, à semelhança dos extraterrestres, pouco ou nada se deixam mostrar. É nas noites mais frias (ou solitárias) que contemplo, à distância, certos fenómenos celestes. Contemplo. Só. Contemplo, sem com eles conseguir interagir. O amor. Que bonita expressão. O amor. Poderia ficar uma noite inteira a escrever repetidas vezes essa expressão. Nada se alteraria. Eu não chegaria a ele nem ele chegaria a mim. O amor, enganador sentimento que faz com que o Homem cometa as maiores loucuras. O amor, ferida aberta que nunca deixa de doer. O amor, que torna as pessoas meros rótulos nos quais se inscrevem coisas como wanted ou not wanted. O amor.

[Paulo Ferreira]