sexta-feira, outubro 29, 2004

Hoje

Sete da manhã. Saio de casa apressado, sem saber por que razão. Apenas saio. A correr. Para me deixar levar pela rotina dos transportes públicos. Corro incansavelmente. As ruas estão vazias. Procuro algo. Talvez alguém. Encontro uma respiração, cansada, disposta a tudo para não enlouquecer. Observo-a. Corre vertiginosamente pela rua da solidão. Tento apanhá-la, em vão. É demasiado rápida para mim, a respiração.



[Paulo Ferreira]