Sublimada
Um velho livro na estante, cansado de acumular pó. Não gostavas de ler.
O nosso amor. O meu amor. Por ti. A tua amizade. Por mim. Não me amavas.
As intragáveis refeições que partilhávamos, como se estivéssemos a beber veneno pelo mesmo copo. Andavas com a mania do progressismo.
O céu. Aquele céu, indescritível, que nos resguardava das intempéries nos dias de mau humor. Quem te tirasse as tardes azuis, tirava-te tudo.
O medo. De te perder. De me perder. Em ti. Em mim.
[Paulo Ferreira]
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