Anna Akhmátova
A porta entreaberta,
como cheiram as tílias.
O pingalim, a luva
na mesa esquecidos.
A luz, rodela triste...
A noite a restolhar.
E porque te partiste?
Para mim não é claro...
Amanhã será alegre
e clara a madrugada
Como esta vida é bela,
ó meu coração, calma.
Cansado, e te senti
tão surdas as pancadas.
Mas ouve o que eu li:
Nunca morrem as almas.
Anna Akhmátova (1911)
tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra
[Tiago Baltazar]
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