Le roi est mort
Li hoje, afinal, que António Borges afirmara no domingo que não será candidato à liderança do PSD no próximo Congresso extraordinário do partido, ainda sem data definida. O leque de possibilidades fica, então, ao mesmo tempo reduzido (considerando personalidades com hipóteses de renuir apoios e condições para fazer uma boa oposição), mas também «aberto», pois Borges reunia consenso por diversas pessoas do PSD que agora poderão sentir a responsabilidade avançar sozinhos.
Soube, também, hoje que Santana Lopes desistiu do seu cargo à frente do Partido Social-Democrata. Rui Rio, provavelmente, não terá a sua hora, ou pelo menos não avançará «sozinho», pois o tempo escasseia na perspectiva de outras eleições, e não me parece que seja homem para as politiquices que se avizinham. Manuela Ferreira Leite, que é outra pessoa «capaz» e conhecedora dos meandros da política interna do PSD, ou que, pelo menos, já ganhou, há anos, o respeito da maioria dos militantes, é outra provável sucessora de Santana Lopes.
Mas da penumbra saiu outro senhor que parecia derrotado e humilhado: Marques Mendes. Este senhor, que desiludiu a maioria dos digníssimos prosadores que aqui escrevem, calou-se a bem do PSD. Mas, na noite de domingo, foi o primeiro a assumir a derrota do partido e a responsabilidade militante de «pegar nele» e fazer, das suas propostas, políticas credíveis. Sempre tive curiosidade quanto à maneira de fazer oposição, com plena margem de manobra, do Dr. Marques Mendes, que, nesse campo, até hoje não me desiludiu. Tendo em conta o que aconteceu, os que saíram, e os que decidiram ficar (não no sentido imberbe e pateta que Jorge Nuno Sá passeou nas entrevistas para a televisão), será Marques Mendes, até nova ordem, a minha opção. Pelo menos, pela atitude que tomou dia 20.
[João Silva]
<< Home