Um homem inspirador
A entrevista de Constança Cunha e Sá a José Sócrates, apesar de vazia e sem objectivo (o normal das entrevistas aos actuais líderes dos 5 «maiores» partidos), levantou um pouco mais o véu que tem encoberto o já envernizado PS pseudo-Progressista, se é que este PS já não estava prostrado no meio da àgora à vista de todos os que não estão completamente cegos.
Passando algumas promessas, motes de partido, frases feitas, chega-se rapidamente a um ponto importante, em que são referidos os milhares de empregos que se têm prometido «criar» (como se de uma horta se tratasse). Sócrates responde, pensa e re-responde, sempre de forma confusa, que «o Estado orienta (...), deve ter, isso sim, um discurso inspirador». De qualquer forma, ao afirmar que vai, efectivamente, como «Estado», criar emprego, ao mesmo tempo que se declara um socialista devoto da tributação «Justa» (a maiúscula é imprescindível), já se afigura tarefa metafísica.
Depois, o importante: «um Estado inspirador». Inspirador? Como se pode falar de um «Estado» que oriente o crescimento económico constituído, à partida, pelo rol de participantes dessa magnânime obra socialista que foi o período 1995-2001? Aliás, será que Sócrates quer mostrar aos empresários portugueses (será que os há?), ou, mais grave, aos empresários em Portugal, o caminho para o investimento? Falar sem pudor e sem memória é natural no PS, mas Sócrates demosntrou um alheamento total do papel que o Estado, socialista ou não, deve ter junto do investimento e, consequentemente, da «criação de empregos». Infelizmente, não estará sozinho nesta vazia corrida ao poder no dia 20.
[João Silva]
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