sexta-feira, abril 22, 2005

ouço o teu nome ao telefone

ouço o teu nome ao telefone, e
ninguém responde.
esqueço

a razão desta hora, deste ouvido
imóvel
na brancura de vidro,

que boca foi
a voz
igual à tua voz, e quase

como crescia a terra, a
inabitável,
como movia a água,

como ardia no chão de pedra nua,
como nas fontes brancas se perdia
.

- António Franco Alexandre, A Pequena Face

[Paulo Ferreira]