O estado das coisas
Acabo de jantar e, para grande surpresa minha, ouço cânticos futebolísticos. Procuro. Não vêm da rua. «Não é possível, as ruas nunca estiveram mais vazias!», desabafo. Talvez venham da televisão. «Será que estão a repetir o jogo desta tarde?», pergunto-me. Decido acabar com a curiosidade. Quando dou de caras com o pequeno ecrã, não vejo jogo de futebol algum. Não, vejo Herman José a dançar lambada com meia dúzia de parolos, que, por sua vez, cantavam desalmadamente pelo clube das suas afeições. Depois de assistir a tão decadente espectáculo, lembro-me de que sofro de insónias.
[Paulo Ferreira]
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