O primeiro amor
Muitos afirmam que o primeiro amor é o mais importante, o que marca mais, o que é eterno. De certa forma, concordo. Afinal de contas, é o primeiro amor que faz com que uma pessoa olhe para o passado com uma lágrima no olho. O presente, comparado com o passado, é algo que não faz sentido, pelo menos, se esse primeiro amor só existir enquanto fotografia imaginada. Quem teve realmente um primeiro amor, não pensa que teve, pensa que ainda pode vir a ter. Na pior das hipóteses, quem teve o primeiro amor, pensa que foi enganado, que houve algum embuste, imposto pela sociedade para que dois seres que se amavam se afastassem definitivamente. Ou seja, o primeiro amor é o único amor. É aquele amor que nos faz morrer de vergonha no escuro do quarto por actos cometidos em séculos passados. Enfim, é aquele amor que é amor. Então, o primeiro amor, não é aquela primeira paixoneta que se teve pela ninfeta ruiva do quinto ano. É aquele amor que, por vezes, é ódio, frustração, saudade, mas que nunca, mas nunca, desaparece completamente.
[Paulo Ferreira]
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