Variações em torno de um conceito II
Zuckerman, jovem poeta e desgraçado, gostava de dizer aos amigos que sofria. «Se há pessoas que sofrem, eu sou uma delas!», afirmava. Em casa com a família, Zuckerman embriagava-se de lágrimas quando alguém lhe dirigia a palavra. Dir-se-ia que o rapaz era o sofrimento incarnado no Homem. Nos momentos de maior comoção, Zuckerman gritava em pranto: «Eu sou kafkiano!». (A lágrima cai. Fim do terceiro acto).
[Paulo Ferreira]
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