Nicole Kidman
Quem estiver a pensar que este é um post sobre cinema, esqueça. Como alguns amigos mais chegados sabem, recuso-me veementemente a escrever sobre algo que me dá total prazer contemplativo, como é o caso do cinema. Infelizmente para mim, que não escrevo sobre a sétima arte, vejo-me muitas vezes obrigado a recorrer a certas coisas que, de tempos a tempos, vão ocorrendo na «grande tela». A belíssima Nicole Kidman é uma dessas coisas a que recorro frequentemente, não para dar asas aos pensamentos mais obscuros que possam passar pelas cabeças dos leitores mais experimentados, mas simplesmente para contemplar a beleza. Caindo no risco de afirmar algo um tanto ou quanto francês, quando olho para Kidman, olho para a beleza, para a pureza, para o mistério, para a simplicidade das formas. Enfim, quando olho para Kidman, sonho com algumas das impossibilidades da vida.
Nicole Kidman pertence àquele género de pessoas que, por mais que tentem, não conseguem ser feias. Julgo que nem a fazer de Virginia Wolf a senhora ficou feia. Por outro lado, fica mal a seres tão divinais quanto este fazerem de tudo para conspurcar a sua imagem angélica. Com efeito, a efémera relação com Lenny Kravitz só veio mostrar ao mundo o quanto uma pessoa perfeita se pode sujar ao lado de figuras, digamos, marginais. Já o seu casamento com Tom Cruise parecia feito de outro modo. Parecia uma espécie de hierogamia, em que dois deuses perfeitos se juntam para tomar conta dos restantes mortais. Na relação que manteve com Kravitz, Nicole Kidman sujou-se. Literalmente. E não escrevo isto motivado por alguma orientação racista. Escrevo isto apenas por considerar Kravitz uma pessoa pertencente a uma classe inferior à classe de Nicole Kidman. Isto é, sendo Kravitz um pobre membro da plebe, não tem direito a tocar na singela aristocrata.
[Paulo Ferreira]
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