Desejar
J., um dia, disse que a desejava. Por essa mesma razão, C., rapariga de princípios, pegou nas suas coisas e saiu de casa para sempre. Na verdade, já nas escadas, não conseguia conter um enorme sorriso. Afinal, na sua concepção, havia vencido a tentação, o desejo. «Desejada, nunca!», pensava, enquanto apertava ainda mais as malas na mão.
[João Silva]
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