segunda-feira, dezembro 12, 2005

Polaroid

P. era um apaixonado. Aquilo a que alguns chamam um rapaz dedicado ao momento. De facto, P. era tão apaixonado pelo momento que, ao penetrar na boca desprevenida da sua namorada com a língua, dobrava-a para trás com força. Enquanto a rapariga sonhava com amor, P. zelava para que os dois corpos se mantivessem inertes, como se o Céu preparasse um polaroid de um casamento.

[João Silva]