Polaroid
P. era um apaixonado. Aquilo a que alguns chamam um rapaz dedicado ao momento. De facto, P. era tão apaixonado pelo momento que, ao penetrar na boca desprevenida da sua namorada com a língua, dobrava-a para trás com força. Enquanto a rapariga sonhava com amor, P. zelava para que os dois corpos se mantivessem inertes, como se o Céu preparasse um polaroid de um casamento.
[João Silva]
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