O segurança atenazado
O futebol tem a capacidade de despertar os mais profundos valores humanos no coração dos mais fervorosos adeptos. Isso não é novidade para ninguém. Mas, a situação que ocorreu ontem, num jogo entre o Benfica e uma equipa amadora, vem demonstrar que, para além de valores humanos, o futebol desperta a irracionalidade e o nervosismo de indivíduos que foram educados para admirarem os Figos, os Pintos da Costa e outros mais. Os seguranças que foram escorraçados a pontapé para fora do relvado pertencem a uma classe que não é, particularmente, admirada pelos adeptos de futebol. Pertencem à classe dos homens que são treinados como cães para que se mantenha a ordem pública . São muitas vezes comparados à polícia, ou, aos “chulos”, como se diz na gíria popular . Ora, os adeptos não gostam de ordem, nem de segurança. São um pouco anarquistas, no sentido em que eles desejam ser ordenados por eles próprios (e não pelos “bisontes”). Se um adepto entra no campo com uma bandeira, é uma festa e os jogadores têm que aplaudir. Se a segurança intervém, e por acaso falha (admito que pensar não seja o forte desses seres musculosos), os valores humanos têm de nadar para a tona da água, de forma a proteger um jovem frágil e indefeso das garras manhosas dos “outros”, que não pertencem aos “deles”.
No final de contas, a culpa é dos seguranças que não vêem que os adeptos de futebol, mesmo quando entram em cenas de pancadaria entre si, estão a conviver. É como diz o adepto anónimo para a assustadiça jornalista: “menina, eu estava aqui a falar e a comer uns tremoços com o meu amigo benfiquista. De repente, apareceu o polícia e começou a enxertar-me de porrada. O que é que eu fiz?”
No final de contas, a culpa é dos seguranças que não vêem que os adeptos de futebol, mesmo quando entram em cenas de pancadaria entre si, estão a conviver. É como diz o adepto anónimo para a assustadiça jornalista: “menina, eu estava aqui a falar e a comer uns tremoços com o meu amigo benfiquista. De repente, apareceu o polícia e começou a enxertar-me de porrada. O que é que eu fiz?”
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