domingo, julho 25, 2004

Reflexo da petulância

Ela compreende admiravelmente tudo isto e, ao pensar que estou plenamente consciente da sua intangibilidade, plenamente consciente da inutilidade dos meus desejos, experimenta, sei-o muito bem, um extraordinário prazer. Se assim não fosse, como podia, inteligente e reservada como é, tratar-me com tanta familiaridade e franqueza? Estou convencido de que até agora me encarou tal como essa antiga imperatriz que se despiu diante do escravo por não o considerar um homem...

Fiódor Dostoiévski, O Jogador
 
[João Silva]