domingo, agosto 01, 2004

O comunista romeno



Nicolae Ceaucescu nasce a 26 de Janeiro de 1918 numa pequena aldeia romena chamada Scornicesti , e é aí que Ceaucescu, rodeado pela miséria, gasta parte da sua infância. Contudo, em 1928 o futuro ditador parte para Bucareste, onde começa a trabalhar como sapateiro. É nessa altura que Ceaucescu conhece o Comunismo, muito por culpa do seu patrão que lhe desperta os sentimentos para os ideais comunistas. Durante os catorze anos seguintes, muitas são as vezes em que Ceaucescu é preso. É num desses anos que se sucederam à sua chegada a Bucareste que Ceaucescu se casa com Elena, uma mulher "maligna" (apesar de iletrada).
Em 1944, e depois de uma feroz luta antifascista, o Partido Comunista Romeno chega ao poder, com a ajuda do Exército Vermelho. Todavia, a ascensão fulgurante de Nicolae Ceaucescu só se inicia a partir da morte de Dej (1965). Com efeito, em 1965, Ceaucescu torna-se secretário-geral do Comité central e chefe político do Exército e, em 1968, torna-se Presidente da Roménia.

Apesar de comunista, Ceaucescu não hesita em condenar as políticas soviéticas (condena, por exemplo, os ataques soviéticos à Checoslováquia), o que lhe vale uma visita do presidente norte-americano, Richard Nixon, ao seu país e, também, aplausos por parte da Europa Ocidental.
Contudo, inspirado em Mao Tsé-Tung, Ceaucescu constrói uma Roménia virada para si próprio. Projecta uma mini-revolução cultural (por exemplo, proíbe o seu povo de ouvir música ocidental, entre outras coisas.) e explora a sua própria imagem através da propaganda e da repressão (o grande instrumento repressivo era a Securitat, que tinha mais de setecentos mil informadores), que, consequentemente, lhe granjeiam alguns milhões de admiradores.
O povo cedo percebeu que o comunismo de Ceaucescu era igual a todos os outros comunismos, ou seja, tirano. Mas, em vão. Os operários chegavam a trabalhar vinte e quatro horas por dia, sem receber ordenado, e o principal responsável por tanta pobreza e miséria foi, mais uma vez, uma das muitas criações do Comunismo, Nicolae Ceaucescu.

[Paulo Ferreira]