Em nome do PPD
Fim do Congresso do PSD. Sem qualquer novidade, Santana Lopes foi, finalmente, «legitimado» perante a vasta plateia inanimada do Partido Social Democrata (PPD/PSD, como dita a moda, impregnada de nostalgia), que muito cochichou durante as longas declarações, e muito abraçou e acarinhou o líder no fim das mesmas, numa obscura estultícia. Rendidos à sabedoria, poucos foram aqueles que se atreveram a pensar o contrário do líder do partido, e ainda menos os que, elevando a voz, se arriscaram a levar um previsível puxão de orelhas e ver centenas de pessoas num grande menear de cabeças.
Francisco Assis, no fim do Congresso, disse que Santana teve um discurso incipiente e que dele «não saíu uma única ideia para o país». Não tendo em conta a ambiguidade de Assis, que se vai dividindo entre uma curiosidade por um PSD com nenhuma ideia, e um amor por um PS com, isto seja louvado, ainda menos ideias, não se pode encarar o discurso de Santana Lopes desta perspectiva de oposição. Pelo contrário: foi um Congresso, não para o país, mas para o partido (é igual para todos os partidos portugueses). Foi um discurso para as «bases» - para que são precisas, então, ideias?
[João Silva]
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