domingo, fevereiro 27, 2005

Shame on you

Hoje, à partida, não devia ser um dia para reflectir sobre a política portuguesa, até porque esta está em fase de ressaca, mergulhada num estéril interregno que durará até surgirem as primeiras opiniões e apoios sólidos do «topo» de cada partido da oposição.
O Partido Socialista mantém um sensato silêncio, até porque António Vitorino deixou, com modos de esfinge anã, um enigma no ar para a comunicação social. José Sócrates continua no estúdio de maquilhagem em preparação para aperecer com «pose de estadista».
Não é por ser Domingo de futebol, e nem pela oração de Fátima. Mas sim pela cerimónia dos Óscares.

Parece já longínqua a esclarecida afirmação anti-Bush de Michael Moore, a saber, o realizador (de) Canadian Bacon. Portanto, este ano, mesmo continuando politicamente correcto, ao menos não será de esperar grande alarido político interligado com filmes. Não é uma cerimónia ideal para os amantes de cinema, pela fama (merecida) de grande farsa que é. Mas continua a ser uma razão para, pelo menos em Portugal, passar uma noite sem dormir. E é isso mesmo que vai acontecer. Hoje, em Portugal, não há política.



[João Silva]