Tout à droite
Nuno Rogeiro fala, hoje, na Sábado, sobre a direita. Recuperando um tema que chegou a abordar nos tempos da Futuro Presente, Rogeiro discute, no entanto, desta vez, a necessidade de sair do casulo. A necessidade de derrotar a Esquerda no seu «território» (actualmente, o «centro»), cada vez maior. Assim, reflecte sobre a combinação ideologia/política, ao invés de aceitar o infantil estandarte de «ideologia política», em tudo o que esta contém de orgulho clubístico (tão querido às facções de 1789). Como o próprio afirma: as políticas públicas deixaram de ser «ideológicas», não faz grande sentido dividir a realidade cívica em hemisférios, não se pode esperar que partidos e tribos sejam doutrinalmente «puros», e ainda menos dogmáticos, quando se trata de arregaçar as mangas e «fazer o que há a fazer», na paz e na guerra.
Rogeiro seria suspeito se tentasse desconstruir a actual «Esquerda portuguesa», mas não pode deixar de ser virtuoso quando retoma assuntos que lhe são familiares. Num pragmatismo cuja amplitude cabe ao leitor decidir, termina: (...) é possível que as «direitas», quando deixarem de se agitar e lamber as feridas, descubram que as pessoas comuns podem interessar-se pela política de outros modos. O poder das ideias, mas sobretudo das soluções para os males do tempo presente, é algo que não morde. Nem faz mal descobrir.
E ainda: Claro que os companheiros de caminho serão «mestiços». Os que procuram «pureza» que morram onde estão, no último quadrado, como o desmesurado General Custer.
[João Silva]
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