Elixir da existência
Todos os dias era assim. R. acordava com o Sol a bater na janela, mas ainda atordoado com o despertar dos homens. Assim que lhe despertava a consciência, corria para a casa-de-banho e punha o gel no cabelo, meticulosamente aparcelado e eriçado num exemplo de perfeição estética. Quando acabava, limpava as mãos aos calções e sorria para ele mesmo ao espelho: agora sim, existia.
[João Silva]
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