terça-feira, agosto 17, 2004

Soneto XLVII

«Mas se o pai acordar!...» (Márcia dizia
A mim, que à meia-noite a trombicava)
«Hoje não...» (continua, mas deixava
Levantar o saiote, e não queria!)

Sempre em pé a dizer «Então, avia...»
Sesso à parede, a porra me aguentava:
Uma coisa notei, que me arreitava,
Era o calçado pé, que então rangia:

Vim-me, e assentado num degrau da escada,
Dando alimpa ao caralho, e mais à greta,
Nos preparámos para mais porrada:

Por variar, nas mãos meti-lhe a teta;
Tosse o pai, foge a filha... Oh vida errada!
Lá me ficou em meio uma punheta!

Poesias Eróticas, Burlescas e Satíricas
by Manuel Maria Barbosa du Bocage

[Tiago Baltazar]