«Lindos nadas»
Escrever sem assunto tornou-se, desde há alguns meses atrás, uma das minhas maiores rotinas. Mas, se se tiverem em conta algumas das principais rotinas de algumas pessoas «famosas» (leia-se «pessoas conhecidas pelo grande público sem razão aparente») deste nosso país, chegar-se-á, facilmente, à conclusão de que escrever sem assunto não é uma coisa muito censurável. Manuel Maria Carrilho, à semelhança de José Sócrates, tem o terrível hábito de muito falar sem nada pensar. A sua campanha por Lisboa é exemplo dessa inanidade mental. Existe, ainda, um senhor que, por ser um dos grandes percussores desta tendência para muito falar sem nada pensar, tem de ser referido. Esse senhor é Pedro Santana Lopes. Ainda hoje tenho guardado na memória um discurso em que o ainda Presidente da Câmara de Lisboa gritava, a plenos pulmões, como se estivesse a recitar uma qualquer receita para combater o défice, qualquer coisa como : «O meu nome é Pedro Santana Lopes!». Julgo, até, que essa frase foi a essência do seu discurso. Portanto, pelos escassos exemplos que dei, é possível concluir-se que existem coisas bem piores do que escrever sem assunto. Existe, a título de exemplo, a incapacidade mental para realizar certas tarefas que, à partida, não parecem dotadas de uma grande dificuldade de concretização, entre outras coisas que terão de ser enumeradas num outro dia de maior inspiração.
[Paulo Ferreira]
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