Falta de liderança
Neste momento, o CDS/PP é um partido com uma falta de liderança tremenda. Embora se possa argumentar que Ribeiro e Castro seja um político competente, sério e honesto, não vejo como é que uma personalidade da sua dimensão conseguirá alterar a trajectória descendente de um partido com longa tradição na nossa ainda jovem democracia. Nesse sentido, os resultados das eleições autárquicas são evidentes: exceptuando Ponte de Lima, em que ganhou o famoso Daniel Campelo, o CDS só conseguiu chegar ao poder através de coligações com o PSD. Alter do Chão, Cascais, Nelas e Coimbra são exemplos disso. Ora, para um partido que tem (eternas) pretensões de ser uma alternativa viável a qualquer outro partido, uma vitória aliada a meias vitórias é muito pouco.
O CDS/PP, não sendo um partido, digamos, de poder, é um partido que tem obrigação de lutar pela sua estabilidade. E a estabilidade não será atingida, com certeza, com resultados tão infelizes quanto os resultados das últimas eleições legislativas. Mesmo em sítios como Lisboa, em que o candidato do partido liderado por Ribeiro e castro era muito forte (Maria José Nogueira Pinto), os resultados finais foram uma grande desilusão. O que leva a crer que a estrutura partidária do CDS não tem capacidade suficiente para fazer campanhas apelativas ao voto popular, mesmo quando os seus candidatos são os mais fortes e os que possuem as melhores ideias. Por outro lado, a ausência presencial de Ribeiro e Castro do plano político nacional acaba por fragilizar o poder do CDS. Julgo que não fará muito sentido o facto de o líder de um partido querer conciliar o seu lugar de eurodeputado com o papel de líder partidário. Fica a ideia de que o CDS é um partido sem líder.
[Paulo Ferreira]
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