A fornalha
Todos os anos, muitos são os jovens estudantes que sonham com uma vaga no malfadado curso de Direito. Compreensivelmente, diga-se. Afinal de contas, o referido curso oferece boas perspectivas para o futuro e, para além dosso, aumenta o ego das muitas almas confusas, acabadas de chegar ao Ensino Superior.
Porém, os estudantes que desejam ingressar na Universidade, principalmente, em cursos tais como Direito, não podem pensar que lhes basta decorar três centenas de páginas por semestre. De facto, não são essas páginas que farão com que esses estudantes sejam pouco ignorantes; não são essas páginas que lhes permitirão falar, com segurança, de autores como Albert Camus, Italo Svevo, William Shakespeare, Franz Kafka, Fyodor Dostoyevsky, entre outros. Não. Para se falar de literatura, de arte ou, até, de música, é necessário ler, realmente, livros, ouvir música, ir a museus, etc.!
Apesar dos muitos milhares de imberbes que estão destribuídos pelas faculdades de Direito deste grandioso país, considerarem-se génios da política, da literatura e do cinema, a verdade é que poucos são os que sabem, realmente, algo sobre alguma coisa qualquer.
[Paulo Rodrigues]
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